O que foi para o Ricardo & Sandra o caminho de Santiago…

Para nós fazer o caminho foi a possibilidade de realizar algo que há já muito tempo queríamos fazer… A oportunidade gerou-se e, aproveitando as dicas do Manel e Cristina, optámos pelo caminho Inglês e lá conseguimos convencer família e amigos a acompanharem-nos.

Agora, volvido 1 mês do caminho, o que valeu mesmo foi o salutar convívio com essa família de amigos!! Valeram as gargalhadas partilhadas, os sorrisos cúmplices, os olhares serenos sobre os trilhos magníficos que juntos percorremos. Foram essas as recordações que ficaram…

Outras recordações que ficaram foram a bela da pinga e as tapas… O vinho do ribeiro deu-nos alegria para o ano inteiro!!! E o colorido das tapas, as maravilhosas sandes de carne assada e as tartes de queijo… E até um certo sorvete de limão mais atrevido, jamais iremos esquecer!!!

Estamos gratos a todos! Aos que foram e aos que não foram, mas que sempre nos acompanharam.

Este foi um bom caminho… Para a frente e para cima, sempre!! Ultreia et Suseia!! E tockandar!!!

Ricardo & Sandra

PS: E já agora, só entre nós… Gostámos tanto deste que já estamos a planear o próximo caminho… :)

O que foi para a Luísa o caminho de Santiago…

Para mim, foi a 3ª vez que fui a Santiago de Compostela.

Desta vez a "viagem" foi a mais longa o que permitiu uma maior proximidade e convívio com o grupo, ficar a conhecer melhor os locais, os nossos amigos galegos e os seus deliciosos repastos.

Devo confessar que durante o caminho ainda tive algumas tentações de fazer como os nossos amigos ingleses, isto é, ir à  boleia do táxi, mas acho que o nosso amigo Santiago ajudou-me a resistir…

Foram bons momentos! 

Obrigada a todos e à organização da Sandra que foi espectacular! 

Se houver uma próxima vez, antes de me meter ao caminho não posso esquecer-me de dar umas voltas ao quarteirão com a mochila nas costas para testar o peso!

Luísa

O que foi para o Carlos o caminho de Santiago…

Para mim foi como para todos vós que com quem tive o prazer de fazer este primeiro caminho até a Santiago… Muita paz de espírito comigo próprio e de muita camaradagem com toda a malta gira.

Agora no fundo o que eu senti mesmo é que o S. Tiago puxa-nos e guia-nos até ele uma sensação que eu nunca antes havia experimentado e que me deixa não sei porquê com uma vontade imensa de lá voltar novamente… E talvez agora perceba um pouco melhor porque é que tanta, mas tanta gente, e há tantos séculos, percorrem aqueles caminhos.

Pois… Quando tiver que ser será , lá terei de voltar a calcorrear aqueles trilhos ancestrais novamente, pois o Caminho assim o reclama.

E nunca a máxima do Caminho estará errada pois, “El Camiño se Hace  Caminando”… não uma, não duas não três vezes, mas sim sempre! E é isso que faz com que a vida tenha sentido.

Por fim, apenas e só me resta agradecer, a todos os Amigos que me acompanharam fisicamente e aos que

me acompanharam também em pensamento, o meu muito mas mesmo muito Obrigado.

Ultreia et Suseia!

Carlos

O que foi para o Zé Manel o caminho de Santiago…

No fundo… mas bem lá no fundo… foi para mim mais uma missão cumprida com sucesso!

Há que tempos que eu gostava de ir a Santiago de Compostela! Quem me conhece sabe o meu fascínio por igrejas, catedrais, monumentos, arte sacra e ... xurbeijita!

O caminho de Santiago teve para mim um fascínio ainda maior:

o prazer do convívio saudável e despretensioso com um grupinho bem catita de malta gira;

saudáveis silêncios de introspecção e reflexão sobre o verdadeiro valor de tudo que nos rodeia;

inesquecíveis chilreados e zumbidos que comigo conviveram nos bosques encantados;

lembranças de quem sabemos que ficaram por outros caminhos;

o encanto de pisar as mesmas pedras e o mesmo chão cansado de séculos a ser calcorreado;

as memórias de sombras acolhedoras e o refrescar cansaços em súbitas fontes encantadas;

e.. enfim ... a xurbeijita entre piadolas e graçolas que nos testam o sentido de humor! .... eheheh

Mas inesquecível foi mesmo o abraço que dei a S.Tiago! Simplesmente, emocionante! Agarrei-me a ele! Enquanto lhe dava um forte abraço, Ele - sem rodar a cabeça - cochichou-me baixinho ao ouvido: «Zé Manel!... ri-te agora que a tua maninha vai tirar a foto!» Só tive tempo de Lhe dizer: «Ok! Não te mexas! Para não ficar tremida!»

Click-Click

Imperdível este momento que ficou gravado na minha memória... E numa foto em directo e a cores: Santiago muito direitinho sem se mexer e a olhar para a máquina e eu agarrado a Ele com o sorrisinho que Ele me pediu… (enquanto quem tremia era a maninha com a máquina!!)

Obrigado maninha! Tu e o Ricardo foram o máximo!

Obrigado grupo catita de malta gira! vocês surpreenderam-me pela positiva! São do melhor que há!

Obrigado a quem gostava de ter ido e não pôde partilhar aqueles dias connosco! Esses ausentes estiveram sempre presentes!

Ultreia et Suseia! Bom caminho a todos e... mai nada!

Zé Manel

O que foi para a Cacilda o caminho de Santiago…

Foi uma experiência magnífica e única!

O caminho transmitiu-me uma Paz  muito grande e fez-me olhar de uma maneira diferente para a Vida. Tem trilhos lindíssimos e muito calmos, que fazem  despertar os sentidos para tudo o que nos rodeia…

Quero agradecer a todos a excelente companhia e camaradagem... E sempre a sorrir… chegámos a Santiago!

Fiquei com muita vontade de fazer outros caminhos...

“El camino hace caminando!”

Cacilda

O que foi para o Artur o caminho de Santiago…

Passado um mês pergunto-me se mereceu a pena fazer o Caminho?? 

A resposta é um claro SIM. Não sei se fiquei melhor ou pior, mas fiquei… diferente.

O caminho ensinou-me a ver as coisas, as pessoas e a vida em geral, de modo diferente. Trouxe de presente uma Paz gravada na alma e espero conseguir passá-la aos que me rodeiam, de modo a tornar este mundo melhor.

Se me for permitido, voltarei a fazer o caminho. Não sei porquê, mas tenho a certeza que me fará uma pessoa diferente.

Também quero agradecer aos meus companheiros de Peregrinação, que foram extraordinários pelo modo como nos relacionámos e convivemos durante todo o percurso. 

Um MUITO OBRIGADO.

Artur

O que foi para a Cremilde o caminho de Santiago…

Olá a todos :-)

A experiência foi muito boa!! O Caminho tinha troços muito bonitos (apelando à contemplação), a resistência fisica foi superada e a camaradagem foi EXCELENTE!!!

Retive algumas mensagens que li num dos albergues:

“O Caminho faz-se caminhando” (etapa a etapa) e “Das nossas casas todos os dias saem muitos Caminhos”

Ulreia et Suseia!!!

Que espiritual que eu fiquei ;-)

Fiquei com vontade de voltar e fazer todos eles :-)

Bjs,

Cremilde

Um mês depois do caminho, as opiniões dos caminheiros…

Agora que já passou 1 mês desde que fizemos o caminho, decidi colocar uma questãozinha aos caminheiros…

"Ora conta lá o que foi para ti o Caminho Inglês de Santiago?"

Apresentam-se nos posts seguintes as respostas da malta gira!!

Finisterra e o regresso a casa…

Saímos de Santiago para regressar a casa… Mas antes, uma paragem no fim da terra… Finisterra, ou Fisterra em galego, era o local onde alguns peregrinos terminavam o seu caminho, quando já não tinham mais terra para calcorrear… Era o fim do mundo… Daí para a frente estendia-se o mar desconhecido…

   

Criou-se também o costume de aqui deixar as botas e o equipamento usado para fazer o caminho… Um acto quase cerimonial, levado a cabo entre as rochas que acaba por emprestar um aspecto um pouco sujo e desarrumado ao local… Seria mais interessante se houvesse somente um local onde essa queima e o abandono das vestes e equipamento peregrino fosse centralizado… Poderia até haver o aproveitamento de algum desse equipamento para peregrinos menos abonados…

    

Mas no meio da roupa, mochilas e botas queimadas e abandonadas… No meio da cinza e das rochas, brotam flores belíssimas, colorindo este promontório…

Com vista para o farol do fim da terra, despedimo-nos desta grande viagem…

O regresso a casa é feito como que num lento acordar de um sonho, à medida que se volta a ouvir falar português… Faz hoje 1 semana que embarcámos nesta viagem e contudo o tempo parece ter-se alongado… E mais de uma semana dir-se-ia ter passado…

Perdidos nos nossos pensamentos, a viagem é feita de cúmplices silêncios e olhares sorridentes, à medida que vamos recordando o caminho para Santiago…

Passeando pela Coruña, antes do regresso a casa…

Depois de 5 dias de valentes caminhadas,  e do belíssimo jantar, os próximos 2 dias seriam de descanso…

De manhã, após o pequeno-almoço, fomos dar uma voltinha por Santiago para os recuerdos…

 

E como havia malta que queria dar o abracinho ao Tiago apóstolo, lá regressámos nós à Catedral…

 

Aí podíamos observar Santiago em 2 das suas representações iconográficas… A original de Apóstolo e a de Mata-mouros, criada no séc. IX durante a batalha de Clavijo, onde Santiago terá muito adequadamente ajudado à vitória castelhana sobre os mouros, descendo no seu cavalo branco e furando pelo meio da batalha com a sua pontiaguda espada em forma de cruz…

 

Mas era o apóstolo que a malta ia abraçar… No local não se podem tirar fotos, mas na zona da missa, com um bom zoom, lá consegui apanhar o Zé Manel a sair do seu valente abraço… E o Artur que, à boa maneira do Anão Soneca, até repousou a cabecita no ombro do Tiago!! ;)

Aproveitámos ainda para dar uma volta pelos claustros e para visitar o museu… E apesar de não termos feito a visita aos telhados da Catedral (já não havia vagas!!) ainda conseguimos apanhar umas vistas da Praça do Obradoiro… Sempre pejada de malta que chega e malta que parte… E malta à espera… ;)

   

Deixando Santiago para trás, rumámos a Norte, à Coruña e à sua famosa Torre de Hércules…

   

Bem perto, está também a estátua de um herói local… El Cid, que pudemos apreciar ao som das gaitas galegas.

 

A Torre de Hércules começou por ser um farol, construída no séc.II por um arquitecto (pasme-se!) Lusitano, da cidade de Emínia – actualmente chama-se Coimbra. Na Idade Média terá deixado de servir como farol e entre o séc.XVII e XVIII foi reedificada, ficando com o aspecto actual. A lenda de Hércules conta que terá sido neste local que ele terá atracado e enterrado a cabeça do gigante Gerião, após vencê-lo em combate. Todas estas histórias se encontram gravadas nas paredes do farol como se pode ver abaixo…

 

Do farol as vistas para o mar são fabulosas… E os ânimos do grupo excelentes…

   

Deixamos, por entre as flores, a Torre de Hércules para trás, à medida que caminhamos para o seu barco…

     

Deixamos o Hércules para trás e vamos a caminho do Campo da Rata… Não, não é nada disso, suas mentes marotas!!! O Campo da Rata não é mais do que o local onde foram fuziladas centenas de pessoas durante a Guerra Civil de Espanha. Neste local existe um conjunto de menires, todos eles com uma “janela”, ali colocados como monumento pela paz (Menires pela Paz), esculpidos por Manolo Paz.

      

Existe ainda um monumento semelhante às perafitas pré-históricas, também em homenagem às vítimas da repressão franquista.

Alheios ao motivo por que o monumento aqui foi erigido, posamos alegremente para a foto…

     

Regressamos então a Santiago para um grande jantar no restaurante “16”, mais uma das boas sugestões da sobrinha do amigo do Artur!!! Mesmo na mouche para o jantar de despedida desta grande epopeia!! De aspecto rústico, com uma interessante escadaria, tem um presuntinho maravilhoso, um borreguinho maravilha e um polvinho do melhor…

     

E pasme-se!! Até tem Super Bock sem álcoól para o Carlinhos regar o seu repasto!!

E para sobremesa… Olha o bolinho… e o requeijão regado com mel… e os profiteroles com chocolate… e o sorvete de limão com cava…

  

O tal sorvete de limão, que não quis ficar sobre a mesa e resolveu aterrar no colo do Zé Manel!!! Ui que fresquinho!!!

  

Já estão a ver a risada que o sorvete de limão não deu… E tudo porque o sorvete queria ficar na fotografia!!!

Foi um grande jantar… Num local especial, com gente muito, muito boa!!! Foi o culminar da nossa estadia em Santiago… Sempre com um sorriso nos lábios, percorremos as ruas de Santiago, indo dar à omnipresente Catedral…

 

E é à noite que finalmente tiramos a nossa foto de grupo em Santiago!!

Amanhã será dia de partida e regresso a Portugal… Mas com um percurso especial… Pelo fim da terra… Finisterra… aqui vamos nós!!!